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O Benfica decidiu romper o silêncio em torno de um dos temas mais sensíveis do futebol português: a arbitragem. Numa carta enviada à Liga e aos clubes da Primeira Liga, o clube da Luz manifesta preocupação com a crescente falta de credibilidade do setor e aponta o dedo a uma prática cada vez mais recorrente — a integração de ex-árbitros em cargos diretivos de clubes e organizações ligadas ao futebol.
A crítica não é feita por acaso. Ainda que não seja mencionado diretamente, tudo aponta para que a recente entrada de Bertino Miranda no FC Porto — depois de ter sido árbitro assistente e dirigente no Conselho de Arbitragem — tenha sido o catalisador da posição agora tornada pública por Rui Costa.
O Benfica quer ir mais longe: pretende que a Federação, a Liga e até a Procuradoria-Geral da República avancem com uma investigação formal sobre a matéria. O objetivo é claro: impedir que quem ontem teve poder de decisão sobre árbitros hoje esteja em posições que possam influenciar, direta ou indiretamente, o mesmo sistema.
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No fundo, pede-se algo básico — regras claras, transparência e distância saudável entre o passado e o presente da arbitragem. Exige-se imparcialidade real, e não apenas aparente.
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