Futebol

O Estranho Caso de Andreas Samaris

Comecemos este artigo por um ponto prévio – Andreas Samaris não é um jogador consensual. As bancadas da Luz tanto o amam como o odeiam, os treinadores que durante estes seis anos de águia ao peito tentaram fazer dele um jogador de topo (e não conseguiram, vá, não há milagres) também não pareceram ter uma opinião formada ou pelo menos consistente e os próprios colegas de balneário não parecem ir muito com a cara laroca do grego. Será por ele ser o mais bonito do balneário? Será por ele falar português melhor que todos eles, inclusivamente os que o têm como língua materna? Será por passar a vida no banco e mesmo assim renovar sucessivamente o contrato, quase com tanta consistência como o Pizzi, que renova sensivelmente de três em três meses? Será por que a ele o Jesus nunca tentou adaptar a lateral esquerdo? Ninguém sabe.

Samaris cansa-me, honestamente. Tanto faz jogos de mestria incrível, nos quais me ponho numa vénia tão profunda que depois nem me consigo pôr de pé como me desespera pela displicência, pelo cacete escusado ou pelas paragens cerebrais. Mas se há coisa que nunca me cansa no Samaris é o amor que ele demonstra ter ao clube. Quem o viu ontem, naquele Benfica-Sporting, a festejar o golo de Vinícius directamente da bancada como se de um simples adepto se tratasse ficou de coração cheio. Quem o viu a pôr aquele peru traidor armado em gente do Fábio Coentrão na linha, apontando para o símbolo do Benfica e mandando-o respeitar o clube, com toda a dignidade possível de um homem em cuecas perante milhões de pessoas, pôs-se a pé e bateu palmas. Ok, eu confesso que não pus, mas pensei nisso. Mas o que é estranho? É que Andreas Samaris, titular indiscutível na recta final da época passada, eclipsou-se nesta. Depois de ter renovado contrato, sem ter tido uma lesão, sem ter chegado um substituto antes da vinda de Weigl no mercado de Inverno. Simplesmente passou de um dos meninos bonitos de Bruno Lage, uma riqueza de grego que entra sempre cheio de raça e atropela e manda e defende e dá a marcar para… a bancada. Um jogador que também faz a posição de defesa-central com facilidade e que perante a lesão de Jardel e a consistente moleza de Ferro nem para o banco era chamado. O que de tão grave teria feito Samaris? Teria roubado a mulher de Lage? Teria ficado André Almeida ciumento por ele ter um rabo melhor (vide as imagens dele em cuecas supra referidas) e feito pressing para ele não jogar? Teria sido ele a deitar água oxigenada no cabelo de Fejsa? Ninguém sabe, meus amigos, e se há coisa que eu odeio é não saber. Sou uma gaja que gosta de andar informada e que pesquisa incessantemente até haver uma resposta satisfatória às minhas dúvidas existenciais. E foi assim que dei com este excerto de uma entrevista de David Simão, jogador formado no Benfica e actualmente ao serviço do Hapoel Beer Sheva (melhor. nome. de. sempre) de Israel.

 

Ora, meus amigos, isto cheira-me a boca. Cheira-me a boca forte ao nosso amigo Samaris. E como sabe o David Simão disto? Das duas uma – ou achou que o seu recém-adquirido conhecimento de grego por ser jogador do AEK lhe podia dar alguma capacidade de chantagem futura e fazer uns trocos, tendo assim hackeado os telefones do Samaris e do Vlachodimos (mas convenhamos, o nosso Ody tem cara de quem não tem capacidade de criar uma revolução interna, if you know what I mean… Ai não sabem? Pronto, tem cara de burrinho) ou então o David está apenas a repetir o que jogadores do clube lhe disseram e lhe pediram que divulgasse, uma vez que não o podem fazer. Quem não se lembra das bocas mandadas pelas mulheres do Luisão e do Salvio nas redes sociais? Se não se lembram é porque provavelmente estavam a olhar para outros atributos das senhoras, mas garanto que acontecia. E vai-se a entrar um bocadinho mais fundo na pesquisa e sabe-se que um dos grandes amigos do David Simão é um senhor de seu nome Luís Miguel, também conhecido por Pizzi nas hostes futebolísticas.

E entra-se aqui na questão pescadinha de rabo na boca – é verdade? Não é verdade? Será Samaris um adepto louco do Benfica ou um verdadeiro hipócrita que apenas tenta conseguir o apoio da massa adepta para garantir um lugar no clube, uma vez que sabe que não tem qualidade para ninguém mais lhe pegar?

Qual é a vossa opinião?

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